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quinta-feira, 27 de junho de 2013

nos tempos das ruas.

Queria poder falar a eles
dizer por eles
aos que nasceram comigo
e ajoelharam no milho.
Queria poder mostrar a flor
sem ter que explicar todo o resto.
A eles e por eles.
Eu queria poder explicar o amor
mas ainda tem todo o resto.
Assim
eu tiro cada pétala
uma parte
do que é o amor
mal me quer para mim.

domingo, 16 de junho de 2013

É preciso uma dose de desespero
uma dose de caos
viver no caos
prá saber o que é a vida, camará,
mais ainda :
sair ileso dela.

Mas eis que chega a roda vida e carrega o destino para lá.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dessa vez Jenny já não o olhava sem temer , pegou seu casaco e saiu batendo os pés naquela madeira velha do Barneys Café :
- Me vê uma dose, Jonne ! - Disse, olhando a rua embaçado.
Jonne negou- a, trocando a placa de open para closed .

De vez em quando o mundo fica embaçado, mesmo sem a dose, é só apertar bem os olhos e deixar uma fresta ver o abstrato. Era assim que Maurice via , era assim, que sentia.
Tentando dormir, esfregou o pé na cama umas cem vezes, era uma nova forma de contar carneirinhos. Ohou a pentiadeira, deixada por sua vó, mesmo com todo aquele significado familiar e aparencia rustica , era apenas uma pentiadeira, nao entendia porque Jenny a achava magnifica. Naquele momento até ela era interessante .

- Jenny, olha, eu sei que ... merda, olha, é dificil fazer isso, mas eu sei que voce ja deu chances ao impossivel. Eu sou possivel, jenny . eu sei que pareceu cliche... merda, mas é isso, eu sinto qualquer poesia romantica do shakespeare , mas meu mundo nao é uma prisão. olha, me liga, porfavor, me liga...
- me liga- sussurrou engasgado.
Sentiu- se um merda depois daquela mensagem imunda. Jenny já nao gostava de Shakespeare , e ele já nem lembrava mais disso.
Levantou e olhou a janela, olhando para o nada mais interessante da sua vida. Viu um casal simpático  se beijando . A moça com os bonbons em sua mão , Lembrava a Jenny nos seus 20 anos de boy.

O almoço desceu rasgando, os pensamentos se atiravam em sua cabeça. Olhou para a rua e viu alguém. Arregalou os olhos, engoliu o susto e fico atonito. Levantou- se intrigado e decidiu ir atrás .

Caminhou em direção ao que teria sido óbvio. 
E alí estava Jenny, tão linda e radiante. Seu sorriso iluminava até o próprio Maurice . 
- Ela deve estar feliz - disse para si mesmo, numa tentativa de se conformar na propria obviedade. Não embaçou os olhos dessa vez e num segundo estava no hospital com os olhos doloridos.
- Idiota! olha, eu nao sei o que te dizer Maurice, entenda, você nao pode guiar a minha vida . eu fico com quem eu quero, nossa. e agora voce está aqui, sr. valentão. O Brice odeia violência e você fazendo merda , mudando o rumo das pessoas. Só vim ver se estava tudo bem, olha, não apareça mais. Adeus.

E Maurice recebeu outro soco.
Dormiu.
Latejou.
Dormiu.
Latejou.

Tomou um banho  e  decidiu fazer o que via.
Maurice seguiu o rumo.
Maurice fez as malas.
Maurice apertou bem os olhos,
e foi.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Hoje eu nao vou falar de tristeza.
Muito menos de cafes quentes e obscuros.
Acordei e vi a luz do dia e eu nem percebi que ainda sao 9:00 AM.
Nao tem acucar para por no cafe , mas ele nao seria ainda assim tao triste.
- Bom dia.
Disse ela, aos que estavam ao seu redor cheios de expressoes de duvidas.
- Eu disse , bom - dia!
Todos responderam:
- Bom dia.
E Ela foi para casa depois da feira. Comprou coisas soltas e que de alguma forma a faziam bem.
So nao comprou o acucar.
As vezes eh  necessário o cliche , para que percebamos que ironizar as simples coisas da vida nao faz de ninguem forte.
Eh como se manter sempre na area azul da vida.
Sem nunca nem ter visto a placa vermelha, correndo perigo. coitada daquela placa.
Bom mesmo eh  viver sem direcoes, numa circunferencia.
Talvez seja essa a ironia semelhante a vida.
O planeta, os ciclos, os olhos , a roda, o anel, o sol, o seio, o encaixe...
E pronto, mais um simples cliche.
O atual mundo " pos-moderno " eh metade vazio e meteade meio cheio de " bons-dias" vazios em que um se destaca por ser um pouco mais cheio e deixa uma ponta de esperanca no nariz de quem ainda acredita.
- Acho que Sr . Filts nao vai querer que eu va trabalhar hoje.
- Tudo Bem, Ana, apesar das suas faltas , eu entendo.
Mentira.
Duas semanas depois ele nao havia entendido.
Ana foi atras de outra direcao encurvada. Encontrou um banco de madeira, aqueles, que nem os do Campo grande , sentou-se. O Aconchego do centro tomou-se sobre ela.
Pensou em como seria cheio o onibus daquela vez. Horario da busca pelo descanso, de todas as massas.
Pegou seu onibus lotado. Olhou aqueles rostos e expressoes que nao se encaixavam. nao tinham porque se encaixar ; Ana queria embaralha-los.
Chegou em casa e tomou seu cafe sem acucar.
Ana esta bem, mas ela sabe que outras Ana's nao.
Ana dormiu com um sorriso dourado.

sábado, 6 de outubro de 2012

longeperto.

Inicialmente foi um desacato.
A gente nunca sabe do que vira.
E eu nunca quis que você fosse embora.
Eu só queria que você sempre viesse .
Tudo continua monocromático, mas meus pensamentos tao coloridos quanto.
Principalmente quando a gente lembra do que e bom, mas as coisas escurecem quando lembramos
que elas precisam ficar longe.
Eu estou aqui.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

mono.

As vezes a gente acorda e falta mais que um milhão de cores.
O ventilador faz mais barulho que todas elas.
É só pensar em coisas boas.
Mas coisas boas são dificeis de manter em nossa memória por muito tempo.
senão seriam uma droga e das boas.
O gosto de saliva na boca nunca foi tão aguçado.
Eu nunca fui tão paciente e tão por mim,
mas as vezes a gente acorda monocromático .