- Me vê uma dose, Jonne ! - Disse, olhando a rua embaçado.
Jonne negou- a, trocando a placa de open para closed .
De vez em quando o mundo fica embaçado, mesmo sem a dose, é só apertar bem os olhos e deixar uma fresta ver o abstrato. Era assim que Maurice via , era assim, que sentia.
Tentando dormir, esfregou o pé na cama umas cem vezes, era uma nova forma de contar carneirinhos. Ohou a pentiadeira, deixada por sua vó, mesmo com todo aquele significado familiar e aparencia rustica , era apenas uma pentiadeira, nao entendia porque Jenny a achava magnifica. Naquele momento até ela era interessante .
- Jenny, olha, eu sei que ... merda, olha, é dificil fazer isso, mas eu sei que voce ja deu chances ao impossivel. Eu sou possivel, jenny . eu sei que pareceu cliche... merda, mas é isso, eu sinto qualquer poesia romantica do shakespeare , mas meu mundo nao é uma prisão. olha, me liga, porfavor, me liga...
- me liga- sussurrou engasgado.
Sentiu- se um merda depois daquela mensagem imunda. Jenny já nao gostava de Shakespeare , e ele já nem lembrava mais disso.
Levantou e olhou a janela, olhando para o nada mais interessante da sua vida. Viu um casal simpático se beijando . A moça com os bonbons em sua mão , Lembrava a Jenny nos seus 20 anos de boy.
O almoço desceu rasgando, os pensamentos se atiravam em sua cabeça. Olhou para a rua e viu alguém. Arregalou os olhos, engoliu o susto e fico atonito. Levantou- se intrigado e decidiu ir atrás .
Caminhou em direção ao que teria sido óbvio.
E alí estava Jenny, tão linda e radiante. Seu sorriso iluminava até o próprio Maurice .
- Ela deve estar feliz - disse para si mesmo, numa tentativa de se conformar na propria obviedade. Não embaçou os olhos dessa vez e num segundo estava no hospital com os olhos doloridos.
- Idiota! olha, eu nao sei o que te dizer Maurice, entenda, você nao pode guiar a minha vida . eu fico com quem eu quero, nossa. e agora voce está aqui, sr. valentão. O Brice odeia violência e você fazendo merda , mudando o rumo das pessoas. Só vim ver se estava tudo bem, olha, não apareça mais. Adeus.
E Maurice recebeu outro soco.
Dormiu.
Latejou.
Dormiu.
Latejou.
Tomou um banho e decidiu fazer o que via.
Maurice seguiu o rumo.
Maurice fez as malas.
Maurice apertou bem os olhos,
e foi.
Um comentário:
Saudade...
http://www.youtube.com/watch?v=3j8mr-gcgoI
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